sábado, 16 de março de 2019

ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA


Compreendendo o homem como um ser de razão, verificou-se no desenvolvimento do processo histórico situações que trataram o preconceito em sua definição genérica assim como materializada contra a filosofia. Ou seja, opiniões emitidas apressadamente, precipitadamente, sem a preocupação de examinar com o devido cuidado o assunto sobre o qual se está opinando a fim de conhece-lo melhor. Tales de Mileto sofreu preconceito como filósofo, porém, demonstrou já em seu tempo que suas investigações lhe valeram reconhecimentos através de vários feitos históricos. Isto é, Tales foi considerado o primeiro filósofo da história, pois, por exemplo, previu eclipses e identificou constelações, o que o tornou o pai da astronomia; criou o conceito e o sistema de irrigação, propôs teoremas, o que o tornou o pai da engenharia e grande matemático. Ou seja, Tales foi o primeiro a dar respostas racionais e demonstrações lógicas, sem recorrer aos mitos. No desenvolvimento da democracia ateniense, Sócrates, que sofreu preconceito, defendeu a democracia popular de forma fervorosa. Ou seja, colaborou para com a consolidação da democracia direta em Atenas, em que ‘todos’ podiam participar. Na extensão das considerações sobre a filosofia e sua relação com os homens, verificou-se em Antonio Gramsci, filósofo italiano, que todos somos filósofos, bastando apenas separar aqueles que são especialistas, daqueles que são ‘filósofos’. Isto é, respectivamente: especialistas são aqueles que pensam, refletem, raciocinam segundo as regras da lógica e os procedimentos metodológicos, segundo a história da filosofia; já, ‘filósofos’ , são aqueles que representam todas as outras pessoas que são potencialmente capazes de avançar de um filosofar espontâneo, assistemático, restrito ao senso comum, para um filosofar mais elaborado e rigoroso, semelhante ao praticado pelos filósofos especialistas. Logo, saber e/ou opinar sobre alguma coisa distinguem-se uma vez que saber é algo demonstrável, verdadeiro, independe de opiniões particulares; já opinar define-se como sendo opinião sem fundamento(particular). Isto é, a filosofia de consciência deve ser , por exemplo, de conjunto, isto é, tomar o objeto em questão não de forma isolada e abstrata, mas numa perspectiva de totalidade, levando em consideração os diversos fatores que, num dado contexto, o determinam e condicionam. Ainda na extensão das considerações sobre filosofia e os homens, é oportuno ressaltar a importância da noção de corporeidade, ou seja, tomar os desafios que o fato de ter um corpo traz: ‘os desafios de sermos animais entre os outros animais na contemporaneidade. Relação entre a forma do corpo humano e a construção da humanidade tal como a conhecemos atualmente em outras disciplinas como: historia, biologia, sociologia, sexualidade, etc. Assim como a filosofia da linguagem que coloca em destaque, através da linguagem articulada, a construção das relações representada por uma teoria da comunicação voltada principalmente à familiaridade dos objetos, relações de objetos e eventos.
Em suma, ainda que de forma resumida, foi possível destacar os constituintes que estabelecem a relação que ressalta a formação do homem em seu sentido antropológico-filosófico. Logo, a indicação, o reconhecimento e a preocupação em desvelar e destacar aos estudantes de filosofia, os fatores que elevam o ser humano à condição de ser racional.
Como complementação das considerações em torno da Antropologia Filosófica, pode-se ressaltar que é a antropologia encarada metafisicamente; é um ramo da filosofia que investiga a estrutura essencial do Homem. No entanto, este, o homem, ocupa o centro da especulação filosófica, sendo que tudo se deduz a partir dele; a partir dele se tornam acessíveis as realidades, que o transcendem, nos modos de seu existir relacionados com essas realidades. Ou seja, a antropologia filosófica é uma antropologia da essência e não das características humanas. Ela se distingue da antropologia míticapoéticateológica, e científica natural ou evolucionista por dar uma interpretação basicamente ontológica do homem. Immanuel Kant definiu a antropologia como ‘a’ questão filosófica por excelência, uma vez que a filosofia enquanto tal tomaria ao seu encargo quatro grandes problemáticas: a metafísica, a ética, a religião e a antropologia, considerando que todas a três primeiras não seriam senão partes da última, pois todas elas remetem, em última análise, ao problema do humano.
(DANIEL ARAÚJO-administrador e colaborador do site/blog).
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